Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. Não interessa se você é iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, envie sua contribuição para esta série de artigos!
Neste post, com a palavra, o game designer e escritor publicado João Marcelo Beraldo.
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Ideia todo mundo tem. Inclusive deve existir meia dúzia de pessoas com a mesma ideia que você nesse exato momento só no seu bairro. A questão é colocar essa ideia em prática. Poucos fazem isso.
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Falando em ideias, elas tendem a pipocar nos momentos mais inusitados, então tenha sempre um caderno e lápis, gravador ou pedaço de pedra para escrever nas paredes se for preciso. Ou prepare-se para decorar diálogos e descrições surgindo quando você está no chuveiro ou dirigindo no meio do trânsito.
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Do que adianta escrever alguma coisa para ficar escondida na sua gaveta ou na memória do computador? Procure pessoas interessadas em ler e dar opiniões sinceras sobre o que você escreveu. Mande para uma editora! Se não fizer isso, nunca vai saber se o que escreveu é bom.
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Escreva aquilo que você acredita e gosta. Não adianta tentar escrever fantasia “tolkiana” se você não dá a mínima para o estilo, nem tentar se forçar a escrever um tórrido romance comercial se você não consegue levar isso a sério. Seja lá o que sair – se é que vai sair alguma coisa – provavelmente vai ser uma porcaria.
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Você muda com o tempo, e isso é visível na sua escrita. Volte para algo que você escreveu 8, 10 anos atrás e vai se surpreender com o que e como escrevia. Não é só uma questão de aprender a contar histórias melhor: é a bizarra impressão de que está lendo um texto vagamente familiar escrito por outra pessoa.
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Nenhum plano sobrevive ao contato com o inimigo. No caso, não adianta planejar milimetricamente um conto ou romance. Muitas vezes a coisa segue um caminho totalmente diferente na hora em que você está escrevendo.
Na prática, faz sentido que o personagem X tenha mais carisma e que Y precisa morrer. De repente o final que você previu não soa tão crível no papel, e você precise fazer exatamente o inverso do que tinha pensado originalmente. Acontece!
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Leia livros de ficção e não-ficção, assista a filmes e documentários (e, porque não, desenhos animados), bata papo com os amigos, ande na rua, navegue na internet. Tudo é adubo para a imaginação. Um sujeito no ponto de ônibus ou um programa sensacionalista podem te dar ideias inesperadas a qualquer momento.
Mas não se esqueça do (aprendizado) #1!
Sobre o autor
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* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.
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Ótimas dicas; gostei! ^^
As dicas do Beraldo foram mesmo muito boas. Tão boas que ontem quebraram o recorde diário de visualizações da série. 🙂
Abraços,