Em uma iniciativa conjunta* entre os blogs Escriba Encapuzado e Vida de Escritor, T.K. Pereira e Alexandre Lobão convidam escritores para compartilharem suas experiências com os colegas de profissão, destacando sete coisas que aprenderam até hoje. Não interessa se você é iniciante ou veterano, se escreve poesias, contos, romances ou biografias, envie sua contribuição para esta série de artigos!
Neste post, com a palavra, o escritor publicado Roberto Campos Pellanda.
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A primeira versão não é o texto pronto.
É preciso revisar e isso significa encarar uma sistemática que envolve uma série de passos que incluem trama/estrutura, dinâmica de diálogos, construção de personagens, vícios de linguagem e português/ortografia.
Existe uma série de livros e manuais que falam sobre o assunto e que me ajudaram muito a montar uma estratégia de revisão eficiente. Para quem quiser conferir, os que mais gosto são os do James Scott Bell. A revisão é trabalhosa, mas vale a pena.
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Os personagens são a chave da história.
Pessoas se interessam por histórias de outras pessoas. A alma de “Noite sem Fim” [livro próprio] é o Martin. O contexto da história pode ser interessante, mas o que conta mesmo é a jornada do protagonista.
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Advérbios são a marca de que estou escrevendo no modo preguiçoso.
Na hora de revisar “caço” os advérbios sem piedade. Deixo alguns que realmente eram importantes. A maior parte deles, porém, mostra que a frase precisa ser reescrita com um verbo realmente mais apropriado.
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Não devo esperar condições ideais de temperatura e pressão para escrever.
Tenho uma vida corrida e cada vez menos tempo de sobra. Se eu for esperar a casa ficar silenciosa ou o meu cansaço diminuir só um pouquinho sabe o que acontece? Acabou. Fim da linha. Não tem mais produção nenhuma. O negócio é sentar e escrever.
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Recorrer a um leitor crítico.
Fundamental. As opiniões de mãe/pai, namorada (o), esposa/marido e até daquele brother que joga futebol com você desde sempre são muito importantes e o incentivo deles é fundamental. Apesar disso, nada se compara com o diagnóstico de um profissional que faz isso todo dia.
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Ler o contrato.
Entre vinte e trinta vezes bastam. Na maior parte das vezes, pelo menos.
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Eu preciso de um tempo.
Todo mundo precisa. Autores precisam de tempo para produzir. A concepção, a primeira versão e a revisão são demoradas. É preciso se dar este tempo, mas sempre produzindo.
Sobre o autor
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* Projeto inspirado pela coluna “7 Things I’ve Learned So Far”, da revista Writer’s Digest.
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